sexta-feira, 15 de maio de 2015

MÓDULO 5: CULTURA DO PALÁCIO


João Calvino

João Calvino nasceu na França, em 1509, sendo filho de pessoas ligadas à religiosidade local, Calvino recebe educação religiosa e uma bolsa de estudos que o leva a Paris. Estudou latim entre outras línguas, além de teologia. Continuou os seus estudos até à morte do seu pai, em 1531, quando assim, passou a dedicar-se à literatura.


Provavelmente, o contacto de Calvino com a doutrina protestante tenha surgido através de um primo, e torna-se, então, um defensor árduo desta doutrina na cidade de Paris, sendo, portanto, expulso por ter sido co-autor de um discurso favorável ao protestantismo.
Acabando em Genebra, a cidade que aderira ao movimento reformista, Calvino passa então a escrever cartas e obras com forte apelo protestante e em favor dos perseguidos por causa da religião, mas é novamente expulso do local. Devido a estes factos, vai morar para a Suíça onde pode finalmente exercer com liberdade sua doutrina.
Em 1541, volta à Genebra, assumindo um imposto importantíssimo na igreja reformista, enfrentando grandes lutas contra famílias influentes, mas mesmo assim, continuava a exercer as suas atividades como pastor, escritor, professor entre outras profissões.
Faleceu em 27 de maio de 1564 com 55 anos.

                   

As principais ideias (concepções religiosas) defendidas por João Calvino era as seguintes:
  •  Salvação só é atingida através da fé
  •  Predestinação: a salvação é concedida por Deus somente para algumas pessoas eleitas
  •  Todo homem é pecador por natureza
As principais obras são nomeadamente: 
  • De Clementia - obra anotada de Sêneca - 1532 (não encontrei imagem)
  •  Psychopannychia - 1534 (não encontrei imagem)
  •  Institutos da Religião Cristã - 1536 (não encontrei imagem)
  •  Catéchisme de l'Église de Genève - 1542 (não encontrei imagem)

                                 Martinho Lutero

Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Alemanha, a 10 de novembro de 1483, Lutero era filho de camponeses católicos alemães. Como era comum na época, foi alvo de uma disciplina rígida e assim, Lutero aprendeu, a orar aos santos, realizar boas obras e reverenciar o papa e a igreja, entre outras coisas.
Aos 5 anos, Lutero começou a estudar latim. Já aos 12 anos, foi aluno de uma escola de uma irmandade religiosa em Magdeburgo. Em 1505 recebeu grau de Mestre em Artes da Universidade de Erfurt, e em 1505 e começou a estudar Direito.
Pouco tempo após iniciar os seus estudos de Direito, Lutero resolveu tornar-se monge e entrou no Mosteiro Agostiniano de Erfurt. A sua ordenação foi em 1507. Em seguida, deixou o Mosteiro para ensinar filosofia moral na Universidade de Wittenberg.
 No decorrer dos seus estudos, Lutero obteve o título de Doutor em Teologia. De 1513 a 1518, ensinou Teologia Bíblica na Universidade de Wittenberg. Nessa época, começou a tornar-se bastante conhecido. Após certa idade, Lutero começou a ser afligido por uma angústia que pode ser sintetizada em uma pergunta: se o coração da pessoa é governado pelo pecado, como pode esperar salvação diante de Deus? Devido ao que tinha aprendido, procurou resposta – e paz – através de boas obras, incluindo jejuns e autoflagelação. Contudo, o seu sentimento de incapacidade para sentir paz diante de Deus continuou, levando-o às portas do desespero.
A aflição de Lutero  encontrou resposta apenas no dia em que encontrou na Bíblia a certeza de que não há como alguém merecer o favor de Deus por causa de alguma coisa que faz; que a única forma de alguém obter o favor Deus é através da fé em Jesus Cristo; que é através da fé em Jesus que os pecados são perdoados por Deus. Este entendimento, conhecido como a doutrina da justificação pela fé, tornou-se um dos pilares do pensamento religioso de Lutero.
A Igreja Romana da época costumava dizer que algumas pessoas possuíam mais méritos do que tinham necessidade para serem salvas. Por isso, o “mérito extra” dessas pessoas poderia ser transferido – especialmente através de pagamento – para pessoas cuja salvação era duvidosa. Lutero protestou contra esta prática, chamada de indulgência. Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou uma série de críticas – que se tornaram conhecidas como 95 Teses – na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. As Teses eram um protesto contra o abuso da autoridade do Papa, especialmente no sentido de desafiar o Papa a esvaziar de graça o purgatório, já que diz controlá-lo. Lutero também negou o ensino do “mérito extra” que estava por trás das indulgências. Segundo Lutero, o verdadeiro tesouro da Igreja é o Evangelho – a proclamação do amor de Deus. A Igreja Romana ordenou que Lutero se apresentasse em Roma para responder às acusações de heresia. Sabendo do caso, o Príncipe da Saxônia, Frederico o Sábio, interveio e insistiu que a audiência de Lutero fosse realizada em solo alemão. Como resultado, uma Dieta Imperial foi realizada na cidade de Augsburgo, em 1518. Lutero se recusou a mudar de opinião. Temendo ser preso, fugiu de Augsburgo. As idéias de Lutero logo encontraram adeptos em todas as regiões da Alemanha, e mesmo fora dela. A resposta do Papa à situação foi uma bula (ordem papal), ameaçando Lutero de excomunhão, caso não se retratasse. Em protesto, ele queimou publicamente a Bula e foi excomungado em janeiro de 1521. Em junho de 1525, Lutero casou-se com Catarina de Bora, uma ex-freira. Os dois tiveram seis filhos e abrigaram onze órfãos. Lutero publicou cerca de 400 obras durante a sua vida, incluindo comentários bíblicos, catecismos, sermões e tratados. Também escreveu hinos para a Igreja. Parte de suas obras estão publicadas em diversas línguas modernas.
Lutero faleceu de um derrame cerebral em 1546, aos 63 anos de idade, na sua cidade Natal, Eisleben. O seu corpo foi sepultado na Igreja do Castelo de Wittenberg, onde, cerca de 30 anos antes, havia afixado as suas 95 Teses.

As suas principais obras para além da sua tradução clássica e dos seus comentários à Bíblia são:
A Nobreza Cristã da Nação Alemã.

Guerra dos Cem Anos



Em meados do século XIV (mais especificamente, no ano de 1337), durante a Idade Média e a crise em que o feudalismo se encontrava, a França e a Inglaterra iniciaram uma série de conflitos armados, que posteriormente ficaram conhecidos como “A Guerra dos Cem Anos”. O trono Francês, carente de um herdeiro direto, desencadeou isso tudo. O rei britânico Eduardo III queria unificar as coroas inglesa e francesa, alegando seu parentesco (era neto, pois a rainha Isabel era sua mãe) com o monarca francês Filipe, O Belo (1285 – 1314). A resposta francesa foi de que a coroa não poderia ser herdada pela linhagem feminina. Algumas questões territoriais também influenciaram o começo desses conflitos: ambos queriam Flandres, uma região economicamente importante que possuía uma aliança comercial com a Inglaterra, o que incomodava os franceses, pois aquele território pertencia à França.
Os conflitos da Guerra dos Cem Anos
O Primeiro Período (1337 – 1364): Nesse primeiro período, a Inglaterra contava com o apoio dos comerciantes de Flandres, por terem laços comerciais fortes. Com esse apoio, os ingleses venceram as primeiras batalhas e até conseguiram de alguns territórios no Norte da França, mantendo o Canal da Mancha sob seu controle. Até aí, poderia ser apostada uma vitória inglesa, contudo, a Peste Negra – que dizimou cerca de 1/3 da população europeia – pausou os conflitos, que só vieram a ser retomados no ano 1356, quando a Inglaterra conquistou mais regiões e o apoio de alguns nobres franceses. Em 1360, a França se viu obrigada a assinar o tratado de Brétigny, que oficializava o domínio dos ingleses sobre parte da França.
Segundo Período (1364 – 1380): Carlos V, após subir ao trono (seu pai, João II, morreu sob as mãos dos ingleses), recusou-se a respeitar o tratado assinado em 1360. A França atacou a Inglaterra, pela primeira vez com mais vantagem, e conseguiu retomar boa parte do seu território que estava em mãos dos ingleses. Enquanto o 1º período teve a Inglaterra como destaque positivo, o 2º teve a França. Os conflitos só esfriaram quando Carlos V faleceu, em 1380, o que desanimou os franceses.
Terceiro Período (1380 – 1422): O sucessor de Carlos V subiu ao trono como Carlos VI, O Insano, porém era mentalmente incapacitado, o que desencadeou uma disputa entre os candidatos ao trono francês entre dois partidos (Borguinhões e Armagnacs). A guerra civil e a evidente loucura do rei acabaram permitindo que os ingleses conseguissem vantagem. A Inglaterra conseguiu todo o Norte da França, incluindo Paris, e Henrique V casou-se com Catarina, filha de Carlos VI, conquistando o direito de herdar o trono francês (o filho de Carlos VI foi deserdado do trono, forçado pelos ingleses). A França acabou dividindo-se: os territórios do Norte ficaram sob o poder do rei inglês, apoiado pelos borguinhões e os poucos territórios do Sul eram governados pelo rei francês Carlos VII, apoiado pelos armagnacs.
Quarto Período (1422 – 1453): É só no último período que surge um verdadeiro sentimento nacional entre os franceses , junto com a camponesa visionária chamada de Joana D’Arc. Aos poucos, a Inglaterra foi perdendo o controle sob alguns territórios para os franceses, liderados por Joana. A principal vitória liderada por essa mulher foi a do cerco de Orleans. Após o seu impulso, que mudou todo o caminho da guerra – que agora estava com a França à frente –,Joana D’Arc foi capturada pelos borguinhões e entregue aos ingleses, que a julgaram e queimaram na fogueira, em 1431. Os Franceses continuaram a luta até a sua vitória, recuperando os territórios que estavam sob as mãos dos Ingleses.
A Guerra dos Cem Anos (que na verdade teve a duração de 116 anos, com pausas entre os conflitos) marcou o fim da Idade Média e o anúncio da Época Moderna e teve consequências negativas e positivas. Os milhares de mortos de ambos os lados e a devastação dos territórios e da produção agrícola dos franceses foram as negativas. A França caminhou para o absolutismo, enquanto o feudalismo ia para o seu fim definitivo. Apesar do encerramento desse longo conflito, a rivalidade angolano-francesa ainda durou por muito tempo.


O Grande Cisma do Ocidente


O Grande Cisma do Ocidente provocou uma cisão no interior da Igreja Católica no período que vai de 1378 a 1417. Este movimento teve início justamente a partir do encerramento da era pontifical em Avignon, porém não foi provocado por razões estritamente religiosas, mas sim por fatores de ordem política. Em 1377 o mais novo pontífice francês decidiu retornar para Roma, aonde ele veio a falecer no dia 27 de março de 1378.
Os italianos, empolgados pela iniciativa de Gregório XI, clamaram pela eleição de um novo papa italiano, e pelo retorno decisivo da sede do Papado para Roma. Sob pressão, os cardeais optaram pelo até então obscuro Bartolomeu Prigano, Arcebispo de Bari, um simples líder da chancelaria papal localizada em Avignon. Ele assumiu o pontificado como Urbano VI, nome aceito por todos, uma esperança de pacificação no interior do catolicismo.
Mas este novo Papa foi logo rejeitado pelo clero, pois se revelou depressa uma pessoa inconstante, propensa a ataques de ira e nada diplomático. Os cardeais se uniram então à Rainha Joana I de Nápoles e escolheram um novo pontífice, Roberto de Geneva, intitulado Clemente VII, que assumiu o trono de Avignon e tornou-se conhecido como o Antipapa. Cada um deles reivindicava o direito de ocupar o lugar de Pedro diante do mundo católico. Eles ameaçavam um ao outro com terríveis acusações de heresia e promessas de excomunhão.
Tinha início o Grande Cisma do Ocidente. Clemente VII era um conciliador, e assim conseguiu unir em torno de si diversas dinastias reais e figuras de destaque da Igreja. Já Urbano VI tinha a seu lado os ingleses, o Sacro Império e a região localizada ao norte da Itália, sem falar no auxílio fundamental de Santa Catarina de Siena.
Este confronto logo tomou proporções mais amplas, transformando-se em episódio diplomático de alcance continental na Europa. Cada Papa tinha a seu lado sustentações provindas de uma parte ou de outra do território europeu. O tempo passou e os dois pontífices tiveram seus substitutos. Urbano VI cedeu seu lugar a Bonifácio IX e Clemente VII passou seu trono para Benedito XIII, que logo viu sua posição contestada por Alexandre V, que teve como seu sucessor o Antipapa João XXIII.
Logo a Igreja Católica tinha não mais dois papas, mas três pontífices, pois a situação terminar num cisma no interior do outro cisma. Era este o contexto no princípio do século XV. O catolicismo havia chegado ao extremo da instabilidade política e religiosa, e desde aí decidiu-se o fim desta divisão, realizando-se, em 1414, um Concílio na cidade de Constança, para dar uma solução a este impasse.
Houve neste momento uma intensa luta política, mas que finalmente chegou a um consenso, que acabou por terminar com a renúncia do papa de Roma, a destituição dos outros dois, e a escolha de um novo nome, o de Martinho V, no dia 11 de novembro de 1417, dando-se o final do Grande Cisma do Ocidente, com o pontificado retornando para Roma.

Guerra dos Trinta Anos
A Europa no século XVII estava passando por um momento em que vários países Europeus tinham o interesse em ampliar seus poderes no continente por meio da conquista de novos mercados e territórios. Porém havia muita concorrência entre as monarquias centralizadoras da Europa e isso provocou vários conflitos e guerras. É nesse contexto que observamos a ocorrência da Guerra dos Trinta Anos, que ocorreu entre 1618 e 1648.
Para termos uma noção de alguns motivos que poderiam desencadear em algum conflito, é importante conhecer a situação do Sacro Império Germânico após o desenvolvimento das reformas protestantes. A região é marcada pelo surgimento da Reforma Protestante, porém havia diferentes reinos na mesma região que eram dirigidos por príncipes de orientação católica e protestante. Essa diversidade em relação a religião implicava muitas vezes uma grande tensão política em que os reis de uma determinada região não aceitavam a prática de uma religião contrária à dele.
Um outro exemplo dessa situação aconteceu quando o Imperador Rodolfo II passou a combater o protestantismo através da destruição de igrejas e leis que afirmavam o poderio católico na região. Em pouco tempo os príncipes protestantes reagiram a essa imposição através da criação da Liga Evangélica. Do outro lado os monarcas católicos criaram a Liga Sagrada, que era apoiada por outras monarquias ligadas a Igreja Católica.
Em 1618 os protestantes promoveram um levante na cidade de Praga, que acabou despertando o interesse de outras nações anti-católicas em impedir a ampliação do poder dos Habsburgos, que era uma dinastia germânica interessada em combater o protestantismo no Sacro-Império e ampliar seu domínio político.
Inicialmente as tropas que compunham a Liga Sagrada conseguiram se sobrepor aos exércitos protestantes, e com isso a dinastia dos Habsburgos desfrutou de um grande território apoiado pela Igreja Católica. Assim o surgimento desse poderoso e agressivo poder acabou despertando a preocupação das outras nações europeias que defendiam o protestantismo ou temiam a consolidação de uma nação que poderia se considerar posteriormente uma grande concorrente mercantilista.
Dentre os países que se manifestaram contra o grande reinado católico que se formava no Sacro-Império estava a Dinamarca. Quase ao mesmo tempo os Holandeses se manifestaram também, ajudando com armas e exércitos que lutaram ao lado dos príncipes protestantes. Entre 1625 e 1627 houve novas lutas e serviram apenas para reafirmar a superioridade dos exércitos da Liga Sagrada. Assim a supremacia da dinastia de Habsburgos foi instituída com a dominação de vários territórios e bens protestantes. Esse evento fez com que enfraquecesse o poderio do Estado Dinamarquês e fez com que a tropas suecas entrassem na luta com a promessa de ceder territórios que garantiriam a sua hegemonia na região báltica.
Os suecos deram uma nova visão ao confronto, obtendo diversas vitórias e contando com o apoio dos príncipes alemães protestantes. Com isso os Católicos tiveram que negociar o fim dos conflitos para que exista um equilíbrio político no Sacro-Império.
Assim os Franceses declaram guerra contra os Habsburgos e todas as monarquias que fossem aliadas a essa dinastia católica. O poderoso exercito Francês conseguiu aniquilar todas as forças inimigas que não estavam dispostas a se render. Nesse momento em que os franceses entram na batalha, o conflito perde a sua característica religiosa, pois a França é um país que tem sua maioria católicos lutando contra a dinastia Habsburgos que tinha como religião o catolicismo.
Em 1648 o tratado de Vestfália negociou os finais da Guerra, pretendendo negociar o conflito que mobilizou quase toda a Europa. A França impôs que os Habsburgos continuassem seu projeto expansionista em direção ao Império Turco-Otomano, e além disso conseguiu com que nações como a Suíça e Holanda conseguissem consolidar a independência de seus estados.
 
Escola de Atenas
 


A Escola de Atenas" ("Scuola di Atenas" no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Raffaello e representa a Academia de Platão. Foi pintada entre 1509 e 1510 na "Stanza della Segnatura" sob encomenda do Vaticano. A obra é um afresco em que aparecem ao centro Platão e Aristóteles. Platão segura o Timeu e aponta para o alto, sendo assim identificado com o ideal, o mundo inteligível. Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal, representando o terreste, o mundo sensível.
A imagem tem sido muitas vezes vista como uma perfeita encarnação do espírito da Alta Renascença. Em "A Escola de Atenas", Raffaello pintou os maiores estudiosos antigos como se fossem amigos que discutiam e desenvolviam as formas de pensar e de refletir a filosofia em si. Segundo o estudioso Fowler, o título do afresco era "Causarum Cognitio" e que somente após o século XVII passou a ser conhecido como "A Escola de Atenas".
ANÁLISE DA OBRA:
 No centro da composição encontram-se os dois maiores filósofos do mundo clássico: Platão e Aristóteles.
  • Platão, filósofo e matemático grego, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia de Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental, simboliza a filosofia natural e moral com as leis da harmonia cósmica. Traz debaixo do braço esquerdo o seu Timão, e aponta para o céu, simbolizando o mundo das ideias, o ideal, o mundo inteligível. Leonardo da Vinci serve de modelo para o filósofo Platão.
  • Aristóteles, filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, caminha ao lado do mestre, e carrega na mão esquerda a Ética (aí se encontram as leis da conduta moral), enquanto a mão direita encontra-se aberta, com a palma virada para o chão, representando o terrestre, o mundo sensível, a filosofia natural e empírica. Seus escritos abrangem diversos assuntos como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia.
  • Pitágoras, filósofo e matemático grego, encontra-se sentado no canto inferior esquerdo, onde demonstra um de seus enunciados. Um dos assistentes segura uma lousa, onde se encontram alguns símbolos musicais. Também representa a música. Pitágoras foi o fundador de uma escola de pensamento grega, denominada “pitagórica” em sua homenagem.
  • Zoroastro (ou Estrabão), profeta persa, tem as características de Pietro Bembo (gramático, escritor, humanista, historiador e cardeal veneziano),  ele ergue uma esfera celeste.
  • Epicuro, filósofo grego, que ensinava que a felicidade consiste em buscar os prazeres da mente, encontra-se no primeiro plano, na extrema esquerda, coroado com folhas de videira. Tem como modelo Fedra Inghiram, bibliotecário do papa.
  • Euclides (ou Arquimedes), matemático grego e aluno de Sócrates, expõe seus princípios geométricos usando um compasso. Encontra-se rodeado por um grupo de estudantes, possivelmente. Bramante, mestre arquiteto e amigo de Rafael, serve-lhe de modelo.
  • Heráclito, filósofo melancólico, que derramava lágrimas pela tolice humana, está sentado num degrau em primeiro plano, tem o braço esquerdo apoiado num bloco de mármore, numa atitude de extrema tristeza. Tem como modelo o genial Michelangelo. Esta figura foi acrescentada depois, pois não se encontrava no desenho preparatório. Após ver, secretamente, parte do trabalho do artista na Capela Sistina, Rafael ficou maravilhado e resolveu fazer uma homenagem ao pintor mais velho, usando-o como modelo para Heráclito.
  • Alexandre, o Grande (ou Alcebíades), o mais célebre conquistador do mundo antigo, ouve Sócrates com atenção. Traz um elmo sobre a cabeça, e tem a mão esquerda na espada. Alexandre foi o mais célebre conquistador do mundo antigo.
  • Sócrates, um dos mais importantes ícones da tradição filosófica ocidental, enumera pontos específicos com os dedos. Questionar e analisar são a essência da filosofia socrática.
  • Diógenes, filósofo cínico, que odiava as posses materiais e vivia num barril, encontra-se espalhado nos degraus da escada, na parte central da composição. Conta-se que Alexandre, o Grande, ao visitá-lo, perguntou-lhe o que poderia fazer por ele, que prontamente respondeu: “Não me tires o que não podes dar.”. Referia-se ao sol, que o conquistador tapava, fazendo-lhe sombra.
  • Apeles, considerado por muitos como o mais importante pintor da Antiguidade, tem como modelo o próprio Rafael, que se encontra olhando para o observador.
  • Zenão de Cítio (ou Zenão de Eleia), filósofo fundador da escola filosófica estoica, carrega uma criança nos braços, enquanto ouve atentamente Epicuro. Enfatizou a bondade e a paz de espírito, conquistadas através de uma vida plena de virtude, de acordo com as leis da natureza.
  • Ptolomeu, astrônomo e geógrafo, achava que a Terra era o centro do universo. Traz nas mãos o globo terrestre.
  • Frederico II, duque de Mântua, encontra-se abaixo de Epicuro e só seu rosto é visível.           
  • Anício Mânlio Torquato Severino Boécio (ou Anaximandro ou Empédocles), filósofo, estadista e teólogo romano, encontra-se à direita de Pitágoras.
  • Antístenes (ou Xenofonte), com seu manto marrom, encontra-se entre Alexandre e Sócrates.
  • Ésquines (ou Xenofonte) usa um manto azul, e encontra-se ao lado de Sócrates. Adotou e desenvolveu o lado ético dos ensinamentos de seu mestre Sócrates, advogando uma vida ascética, vivida de acordo com a virtude.
  • Parménides, fundador da escola eleática, tem o pé esquerdo sobre um bloco de mármore e faz anotações.
  • Averróis, um dos maiores conhecedores e comentaristas de Aristóteles, curva-se ligeiramente, para ver a demonstração de Pitágoras.
  • Protógenes, pintor da Grécia antiga, usa um manto branco, e encontra-se ao lado de Rafael. Tem como modelo Pietro Perugino, pintor italiano.
  • Plotino usa um manto vermelho e encontra-se atrás da esfera celeste de Zoroastro. Plotino legou-nos ensinamentos em seis livros, de nove capítulos cada, chamados de “As Enéadas”.
  • Apolo, o deus da razão, encontra-se no nicho da esquerda, segurando uma lira. Representa o esclarecimento filosófico e o poder da razão.Minerva, a deusa da sabedoria, encontra-se no nicho à direita. É a protetora tradicional das instituições devotadas à busca do saber e das realizações artísticas.
Descobrimentos Portugueses
 
O expansionismo europeu:
Durante o século XIV a Europa passou por uma grave crise demográfica, económica, social e política.
O comércio antes dos descobrimentos era feito por comerciantes muçulmanos, que traziam a vários pontos do mar Mediterrâneo na Europa principalmente a Itália.
Com isto existem vários intermediários o que faz que o preço dos produtos aumente.

O conhecimento do Mundo:

No início do século XV, os europeus consideravam-se o centro do Mundo, sendo o conhecimento dos continentes asiático e africano bastante limitado. Do continente americano e da Austrália nada se conhecia.

Interesses dos grupos sociais:

Até ao século XV os povos viviam isolados sem imaginar os habitantes das outras regiões. Esta situação alterou-se quando os Italianos e, depois, os Portugueses tomaram a iniciativa de entrar pelo Mar desconhecida, quebrando barreiras geográficas.
Várias motivações levaram os Portugueses à descoberta das novas terras:
• O Rei procurava soluções para os problemas económicos que afetavam Portugal e também procurava aumentar a riqueza do país;
• Os nobres Tinham de novo oportunidade de se dedicarem à guerra, podendo adquirir novas terras, cargos e títulos;
• Os burgueses desejavam novos produtos para fazerem comércio;
• O povo desejava conseguir melhores condições de vida;
• O clero foram movidos pela defesa da fé cristã desejavam ir combater seus inimigos de longa data, os Muçulmanos.


Condições da prioridade portuguesa:

Os portugueses tinham também as melhores condições para partirem à procura de novas terras:
• Clima de paz:
• Posição geográfica;
• Tradição marítima;
• Conhecimento de instrumentos náuticos (astrolábio, quadrante, bússola, balestilha, vela triangular, caravela, navegação astronómica, portulanos);
• Estabilidade económica.

Conquista de Ceuta:

Aconteceu em 1415 e foi um acontecimento fundamental para a expansão portuguesa. Várias razões levaram à conquista desta cidade:
• Existência de ouro e especiarias em Ceuta;
• Localização estratégica (junto ao estreito de Gibraltar, o que permitia que a quem a conquistasse controlasse o comércio do mar Mediterrâneo);
• Evitar as expedições dos piratas marroquinos para atacar a costa algarvia.
Depois da conquista Ceuta pelos portugueses os muçulmanos desviaram as rotas do comércio para outras cidades e começaram a ataca-la constantemente.

Ocupação e descobrimento do arquipélago da Madeira e dos Açores:

Em 1419 ocupou definitivamente a Madeira. Mais tarde, o Infante D. Henrique, senhor das ilhas por doação do rei, mandou dividi-las em capitanias.
Em 1927 Diogo de Silves atinge os Açores. Nos Açores utilizou-se o mesmo sistema de divisão de capitanias.

A passagem do Cabo Bojador e os avanços para sul:

Em 1434, Gil Eanes, passou o Cabo Bojador e aumentou o conhecimento dos portugueses sobre o continente africano.
Em 1960 Diogo Gomes chegou à Serra Leoa e posteriormente ao arquipélago de Cabo Verde.
Contrato de arrendamento a Fernão Gomes
Em 1469, D. Afonso V arrendou a Fernão gomes, rico burguês de Lisboa, o monopólio do comércio com a costa africana (com algumas exceções), por um período de cinco anos, mediante o pagamento anual de 200 000 reais e a obrigação de descobrir cada ano léguas de costa.

A política expansionista de D. João II:

O objetivo de D. João II era chegar à Índia, em 1488 Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o Cabo das Tormentas a que mais tarde D. João II viria a chamar Cabo da Boa Esperança
Os Portugueses tinham, finalmente, entrado no Oceano Índico.

A rivalidade luso-castelhana:

A rivalidade entre Portugal e Castela, provocada pelas disputas sobre as terras descobertas, vinha já do século XIV, quando os dois estados reivindicaram a posse das ilhas Canários.
Com objetivo de pôr fim a este conflito em 1479, assinou-se o Tratado de Alcáçovas, que atribui a Portugal as terras a sul das Canárias, ficando estas ilhas como pertença de Castela. No entanto, com a descoberta da América, por Cristóvão Colombo, em 1492, o conflito reacendeu-se.
Em 1492, Cristóvão Colombo com o apoio dos reis de Castela chegou às Antilhas (América), pensando atingir a Ásia. Como as Antilhas se localizavam a sul do paralelo do tratado de Alcáçovas, Portugal reivindicou as terras, o que provocou um novo conflito com Castela.
Em 1494, com a intervenção papal, foi assina do outro acordo o Tratado de Tordesilhas.
Tratado de Tordesilhas: Neste tratado estabeleceu-se a divisão do mundo em duas partes, separadas por um meridiano que passava a 370 léguas a ocidente das ilhas de Cabo Verde. As terras descobertas, ou a descobrir, a ocidente dessa ilha pertenceriam a Castela e as descobertas ou a descobrir, a oriente pertenceriam a Portugal.

A chegada à Índia e ao Brasil:

Em 1497, Vasco de Gama a mando de D. Manuel I (sucessor de D. João II) partiu de Lisboa para a Índia.
Em 1498, Portugal tinha oficialmente chegado à Índia.
D. Manuel mandou outra aramada para a Índia, comandada por Pedro Álvares Cabral, para tentar impor a presença portuguesa no oriente. Mas no percurso as embarcações desviaram-se para sudoeste o que fez que em 1500, Pedro Álvares Cabral chegou à Terra de Vera Cruz (Brasil).
 
O Nascimento de Vénus
 

nascimento de venus
 
O Nascimento de Vênus é uma obra do pintor italiano Sandro Botticelli. A pintura mostra a Vênus surgindo nua de uma concha sobre as espumas do mar. A obra ainda apresenta Zéfiro, o vento do Oeste, assoprando na direção da deusa, acompanhado pela  ninfa Clóris.  À direita de Vênus, há uma hora (deusas das estações) que lhe entrega um manto com flores bordadas.
Provavelmente, Botticelli tenha feito a obra no ano de 1486. Na época, O Nascimento de Vênus e A Alegoria da Primavera, ambos de Botticelli, foram produzidos por encomenda de Lorenzo di Pierfrancesco, um político e banqueiro italiano que queria enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello.
Esta obra de Botticelli foi influenciada pelo neoplatonismo cristão, pois o pintor havia participado dos círculos de Lourenço de Médici, que tinham por objetivo conciliar as ideias clássicas às cristãs.
Acredita-se que a nudez da deusa não representa a paixão carnal, mas sim a paixão espiritual. Na obra, Vênus é apresentada de forma esguia e com traços harmoniosos. Além disso, Botticelli utiliza cores claras e puras, exaltando a pureza da alma e a beleza clássica.
Em sua totalidade, a obra apresenta serenidade e luminosidade, o que pode ser compreendido de duas formas. De certa maneira, aponta para a temática mitológica, levando-se em e consideração a influência das esculturas gregas na composição da Vênus. Por outro lado, a obra apresenta símbolos cristãos como a concha e a água (batismo de Jesus Cristo), além dos anjos, que seriam Zéfiro e Clóris.
Ao contrário das obras de Leonardo da Vinci  e Rafael, a anatomia de O Nascimento de Vênus não apresenta o realismo clássico. Nota-se que o pescoço da deusa é mais longo e seu ombro esquerdo tem uma representação anatômica incorreta. Acredita-se que estes erros sejam uma espécie de licença artística de Botticelli, sendo que alguns críticos de arte indiquem estes detalhes como influência do Maneirismo, que era uma vertente revisionista dos valores clássicos e naturalistas do Humanismo renascentista.


A Última Ceia
Leonardo da Vinci começou a trabalhar a pintura “A Última Ceia” no ano de 1495. Esta obra é considerada sua pitura mais ambiciosa e é tão famosa  quanto o retrato da Mona Lisa, a mais notável e conhecida obra de Da Vinci.  O trabalho pode ser visitado no Convento Santa Maria Delle Grazie, Milão, onde foi concebida em uma parede do refeitório dos monges. Porém, a pintura não pode ser apreciada em sua totalidade. Isso se deve a um equívoco cometido por Leonardo da Vinci na época.

Da Vinci, que passou mais de dois anos trabalhando em “A Última Ceia”, decidiu aplicar a técnica da têmpera, que consistia em misturar pigmentos coloridos com gema de ovo. A pintura foi feita em gesso seco e, para a infelicidade dos apreciadores da obra do artista, entrou em estado de deterioração em 20 anos, sendo que no ano de 1560 já estava arruinada.
Uma história bastante lembrada sobre a produção de “A Última Ceia” é sobre a perplexidade de um prior do convento, que não se conformava em ver Da Vinci parado na frente da obra, observando-a durante tanto tempo. Em resposta às críticas do prior, o pintor afirmou que “os homens de gênio às vezes produzem mais quando menos trabalham, pois esta é a hora em que elaboram invenções e formam em suas mentes as ideias perfeitas que depois expressam e reproduzem com as mãos”. Além disso, Leonardo ameaçou basear-se na figura do prior para criar o rosto de Judas.
A história em que a obra baseia-se é encontrada no Novo Testamento. “A Última Ceia” ocorreu quando Cristo revelou, em meio a uma refeição, que um dos apóstolos ali presentes iria traí-lo. Na história bíblica, foi Judas Iscariotes o apóstolo a trair Jesus Cristo. Leonardo da Vinci retratou o perfil de Judas inclinado para trás, com o rosto em uma sombra.
Na obra, o olho direito de Jesus é o ponto de fuga para a perspetiva, tendo sua cabeça emoldurada pela janela ao fundo, que apresenta uma paisagem. Afastado de ambos os grupos, é o único que tem um semblante sereno, ao contrário dos 12 apóstolos que o ladeiam.
Uma curiosidade sobre “A Última Ceia” é que o mosteiro no qual se localiza passou por um bombardeiro durante a Segunda Guerra Mundial. A obra, mesmo deteriorada, manteve-se firme após este bombardeio e ainda pode ser apreciada pelos amantes da arte.
 
 
 Análise dos painéis de São Vicente
      
 Atribuídos a Nuno Gonçalves (pois quando foi reconstruído a primeira vez, foram encontradas as  suas iniciais na bota esquerda de D. Afonso V), encontrados em1832, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, pensa-se que foram feitos em 1460.
Trata-se de uma obra muito enigmática, devido as suas variadas interpretações, como por exemplo, o material com a qual foi pintada: uns pensam que foi a têmpera sobre madeira de carvalho, outros que foi pintada a óleo e outros que foi a gesso e a cola. As razões que indicam que fosse a óleo são que ao fazerem as radiografias da obra, foram descobertas algumas alterações efectuadas durante a sua realização, e alguns pormenores, que só eram possíveis utilizando este método; as razões da sua elaboração a gesso e a cola são que a obra revela uma camada cromática em que estão presentes, essencialmente, as cores primárias no fundo, efeitos de luz e o contraste entre cores claras e escuras.
Representa, principalmente, a sociedade portuguesa da época, ou seja, os seus grupos sociais, e a importância que detinham.
Outra das características mais evidentes da obra é a textura dos vestidos, desde os bordados, aos veludos, algodões, e até aos metais, nas vestes dos nobres, que revelam grande realismo.
Nesta obra, a cor é muito trabalhada, desde o branco ou cores neutras, no painel dos frades, o verde, no dos pescadores, que indica esperança, nos painéis centrais, mais utilizado o vermelho para realçar o tema central do quadro, e no lado direito, são as cores vivas que predominam. É também dotada de um grande espírito de geometrização pois estão presentes em cada quadro, três figuras centrais, excepto no painel dos cavaleiros que possui quatro. Na parte superior da obra é igualmente possível observar-se um muro humano, não permitindo assim a existência de uma grande perspectiva ou profundidade no quadro, apenas através do chão é que é possível observá-la, em que as suas linhas nos indicam o ponto de fuga.
Esta obra é caracterizada também por deter variadas interpretações, mas irei aqui analisar detalhadamente e individualmente cada um dos quadros, abrangendo uma parte de cada interpretação: O primeiro painel, onde se destacam os frades, que devido ao seu hábito branco se pense se tratarem de cistercienses de Alcobaça ou agostinhos regulares do Mosteiro de S. Vicente; é também possível identificar-se um madeiro, carregado pelo frade de cabelo e barba longos, que se pensa tratar-se de um caixão que guardava as relíquias de S. Vicente ou um leito de pregos, relacionado com o martírio do Santo.
O segundo painel, trata-se do Painel dos Pescadores, onde é possível observar três figuras, que aparentam exercer essa mesma profissão, e que se desconhece se se tratam de figuras históricas ou pescadores anónimos. Possui ainda outra curiosidade que é que a rede que cobre estes pescadores foi pintada por outro autor. Estas três figuras formam um triangulo, dando-nos a sensação de existir algo que os une; Há um dos pescadores que se destaca que se encontra ajoelhado, segurando o rosário, e olhando sempre fixamente para qualquer observador do quadro; Embora se assemelhe a um frade, devido ao hábito castanho, o rosário que pega, é constituído por vértebras de peixe, dando-nos a certeza de que a figura se enquadra;
No terceiro e no quarto painéis, ou seja, os painéis centrais, encontra se representada a figura de S. Vicente, como uma figura tutelar, em torno da qual se dispõem figuras de grande importância histórica. Este Santo está destacado, quer pelo espaço central que ocupa na obra, quer pela incidência dos focos de luz e força luminosa do rosto.
O terceiro painel é conhecido pelo Painel do Infante, pela presença do Infante D. Henrique, à direita do Santo; Este painel possui uma particularidade, que é a representação de duas figuras femininas (a rainha e a rainha-mãe – D. Isabel e D. Leonor) e um adolescente (embora o quadro anterior, dos pescadores, suscite algumas dúvidas quanto ao sexo do pescador de azul). Este acto pode ser entendido como um juramento ou veneração à família real. Outra curiosidade neste painel é, o livro que S. Vicente se encontra a segurar, trata-se do livro dos Evangelhos (Evangelhos segundo S. João), que nesta obra se encontra legível ao observador; o homem a quem S. Vicente se dirige é muito provavelmente, o rei D. Afonso V.
O quarto painel, também conhecido como Painel do Arcebispo, uma designação um pouco insólita, pois a personagem à qual o nome do quadro é atribuído, encontra-se num terceiro plano, ou seja, no fundo do quadro; os protagonistas deste painel, através das suas semelhantes vestes e armas (lanças e espada), apercebemo-nos que estes são cavaleiros da alta nobreza da sociedade. Um simbolismo bastante evidente neste painel é a corda que se encontra aos pés de S. Vicente, que simboliza o martírio sofrido pelo mesmo no norte de Africa, pelos mouros, caso idêntico também ao de D. Fernando, irmão de D. Afonso V, que se encontra aqui representado, ajoelhado aos pés do Santo, que foi enforcado no mesmo local, pelas mesmas “mãos”.
O quinto painel, denominado Painel dos Cavaleiros, detém um grande sentido de igualdade, bastante diferente do anterior. Os quatro cavaleiros que se destacam em primeiro plano no painel, são dotados de individualidade, sendo representados com diferentes vestes e expressões faciais que as caracterizam. Ao fundo do painel, estão representados quatro elementos do baixo-clero (clero paroquial) ou representantes de Ordens militares religiosas, que trajados de branco, contrastam com as outras personagens, dando-lhes mais “relevo”. Uma curiosidade deste painel é a origem do cavaleiro que se encontra mais próximo dos eclesiásticos, que se pensa se tratar de um cavaleiro mouro.
O sexto e último painel, trata-se do Painel da Relíquia, pois a figura principal é possivelmente um elemento do alto clero, que está a segurar um osso do crânio, que é a relíquia de S. Vicente; também o enquadramento do caixão do fundo neste painel, faz transparecer que a sua utilidade era o transporte das relíquias de S. Vicente. Outro aspecto bastante bizarro, aqui representado é que todo este painel possui um carácter cristão, mas o livro que se encontra aberto, que é ilegível, trata-se da Bíblia hebraica, segurada por um suposto judeu.



domingo, 5 de abril de 2015

Módulo 4: Cultura da Catedral

Catedral de Notre-Dame


A construção da Catedral teve início em 1163 e foi concluída cento e oitenta anos depois, em 1345. Esta catedral está localizada na pequena Île de la Cité, no centro de Paris, formada por dois braços do rio Sena. Anteriormente, existia uma antiga igreja catedral de estilo românico, construída em 528, a primeira igreja católica da cidade: a Basílica de Saint-Etienne.


A Catedral de Notre Dame é considerada um “Catecismo de pedras.
As suas esculturas, pinturas e os seus vitrais ensinam as verdades da doutrina católica, especialmente para quem não saiba ler e escrever. Como disse Victor Hugo, é uma “Bíblia de Pedra”. No seu interior aconteceram episódios mais importantes vividos pelos franceses, tristes e alegres.
Os sinos de Notre Dame são um dos símbolos de sua beleza e majestade. Por volta de 1769, o monumento chegou a contar com 20 deles que ecoavam por toda a capital francesa convidando para a oração, anunciando as horas de alegria e de tristeza, lembrando o tempo que escoa e a eternidade que espera por todos.
Durante a revolução francesa os sinos foram retirados dos campanários da catedral. Os revolucionários derreteram cada um deles e seu bronze foi usado para construir canhões e restou apenas o maior que tem cerca de 13 toneladas e que foi batizado como Emmanuel. Oito novos sinos devem ser colocados na torre da Catedral novamente, dentro das festividades que se situam dentro do “Ano da Fé”.

ALGUMAS CARATERÍSTICAS:

  • As duas torres da fachada principal e a rosácea de vitrais e todo o equilíbrio existente entre elas
  • A repartição da fachada entre quadrados e círculos puros;
  • Os arcos e flexa;
  • As estátuas dos apóstolos colocadas no teto da Catedral que são fabricados em cobre e adquirem uma cor verde., subindo em direção à flexa;





Catedral de Bourges

A porta central da Catedral encontra-se no fundo de uma série de arcos e é feita de um triângulo encimado por uma imagem.
Há uma rosácea preenchida por um vitral. De um lado e doutro da rosácea há dois nichos com imagens.
No triângulo há uma porção de arcos góticos dentro da espessura da parede que tendem ao arredondado.
Estão cobertos de pequenas imagens. Depois vem a porta propriamente dita. No tímpano da porta há uma imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo vitorioso, triunfante. E depois novas figuras. Afinal, em baixo estão as portas de madeira todas trabalhadas, encimadas por sua vez, por rosáceas.
A estrutura das portas laterais é a mesma, apenas menos rica. Elas fazem um acompanhamento da porta central como as damas de honor acompanhavam a rainha.
A porta é construída como uma saliência na fachada. Nos dias de chuva ou de sol muito forte, as pessoas podem ficar um pouco protegidas.
Nas construções modernas, mesmo as mais modestas, há uma preocupação análoga de colocar alguma coisa na entrada que proteja a pessoa que vai entrar.
De cada lado da porta central, há mais duas. São cinco portas.
Os medievais não se incomodavam de gastar mão-de-obra nem de terminar logo. Nada aí está feito ao galope para fazer logo.
As coisas não eram marcadas com data ficassem feias ou bonitas. O homem medieval não era escravo do tempo como é - e acha bonito ser - o pobre homem moderno.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

DESCRIÇÃO DAS INVASÕES BÁRBARAS:

As Invasões Bárbaras, foram um dos fatores que influenciaram a crise do Império Romano. 
A desordem política e a disseminação do cristianismo foram dois fatores que, somados às Invasões Bárbaras, foram responsáveis pela crise do Império Romano. Esse processo de ocupação foi realizado pelos bárbaros, povos que eram assim chamados pelos romanos por viverem fora dos territórios do Império e não falarem latim. Foi com a introdução das tradições dos bárbaros, também chamados germânicos, que o mundo feudal ganhou suas primeiras feições. povos bárbaros foram penetrando os territórios de Roma num processo lento e gradual. Inicialmente, dado o colapso da estrutura militar e as constantes guerras civis, os imperadores romanos realizavam acordos, pelos quais os bárbaros ganharam o direito de habitar essas regiões. Em troca, eles defendiam a fronteira da invasão de outros povos. Esses primeiros bárbaros, incorporados ao mundo romano, ficaram conhecidos como federados. Somente nos séculos IV e V o processo da invasão ganhou feições mais conflituosas. Com a pressão exercida pelos tártaro-mongóis (hunos), os povos bárbaros começaram a intensificar o processo de invasão do Império Romano. Entre os principais povos responsáveis pela fragmentação do Império podemos destacar os visigodos, ostrogodos, , francos, suevos e turíngios. Com a invasão dos hérulos, em 476, houve a deposição do último imperador romano, Rômulo Augusto, que já tinha descendência germânica.
O processo das invasões bárbaras foi de grande importância para que o Império Romano e seu conjunto de valores e tradições passassem por um processo de junção com a cultura germânica. Dessa maneira, a Idade Média, além de ser inaugurada pelo estabelecimento dos reinos bárbaros, também ficou marcada pela mistura de instituições e costumes de origem romana e germânica.





QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO:

https://www.youtube.com/watch?v=GczMbqhnjt8

REGRA DE SÃO BENTO DE NÚRSIA:

Regra de São Bento (em latim, Regula Benedicti ou RB), escrita por Bento da Núrsia no século VI, é um conjunto de preceitos destinados a regular a vivência de uma comunidade monástica cristã, regida por um abade. Inúmeras regras começou a ter sucesso sobretudo a partir do século VIII, quando os Carolíngios ordenaram que fosse a única regra monástica autorizada nos seus territórios - e a partir daí, esse preceito estendeu-se ao resto da Europa, sobretudo com o advento da reforma gregoriana. Foi também adoptada, com igual sucesso, pelas comunidades regrantes femininas. Pode-se dizer que a regra tem sido um guia, ao longo da sua existência, para todas as comunidades cristãs da Cristandade Católica e, desde a Reforma Protestante também aplicável às tradições Anglicana e Protestante.
O espírito da Regra de São Bento resume-se em dois pontos: o lema da Ordem de São Bento (pax - paz), que nasceria séculos mais tarde, como resultado da agremiação de vários mosteiros que partilhavam a mesma regra; e ainda o tradicional ora et labora («reza e trabalha»), súmula da vida que cada monge deve levar.

VIDA NOS MOSTEIROS:


Nos mosteiros beneditinos de toda a Europa medieval, os monges eram sacrificados em levantarem-se do conforto dos seus colchões de palha e ásperos cobertores pelos sineiros, que os despertavam às 2 horas da madrugada. De seguida, dirigiam-se apressadamente, ao longo dos frios corredores de pedra, para o primeiro dos seis serviços diários na enorme igreja (havia uma em cada mosteiro), cujo altar, esplendoroso na sua ornamentação de ouro e prata, resplandecia à luz de centenas de velas. Esperava-os um dia igual a todos os outros, com uma rotina invariável de quatro horas de serviços religiosos, outras quatro de meditação individual e seis de trabalhos manuais nos campos ou nas oficinas. As horas de oração e de trabalho eram entremeadas com períodos de meditação; os monges deitavam-se geralmente pelas 6.30 horas da tarde. Durante o Verão era-lhes servida apenas uma refeição diária, sem carne; no Inverno, havia uma segunda refeição para os ajudar a resistir ao frio.


RECONSTRUÇÃO DE MOSTEIROS:

Mosteiro da Batalha

Mosteiro dos Jerónimos


VIDA QUOTIDIANA (ATIVIDADES DO MOSTEIRO)
Tal como a nobreza, o clero era um grupo social privilegiado, pois tinham grandes propriedades que lhe tinham sido doadas pelo rei e como tal não pagava impostos.
Tal como a nobreza, exercia a justiça e cobrava impostos a quem vivia nas suas terras.
O clero dividia-se em dois:
•      Clero secular: padres, bispos e cónegos que viviam junto da população nas aldeias ou cidades;
•      Clero regular: frades (ou monges) e freiras que viviam nos mosteiros ou conventos.
A vida no mosteiro era dirigida pelo abade ou abadessa. Os monges dedicavam a sua vida a Deus e ao serviço religioso, meditavam, rezavam e cantavam cânticos religiosos.
Para além do serviço religioso, os monges também se dedicavam ao ensino. Durante muito tempo, o clero foi a única ordem social a saber ler e escrever. Fundaram-se algumas escolas junto aos mosteiros, os monges eram os professores e os alunos eram os futuros monges. Existiam ainda os monges copistas que dedicavam-se a copiar os livros mais importantes e ilustravam o texto com pinturas chamadas iluminuras.
Todos os mosteiros tinham enfermarias onde os doentes eram recolhidos e tratados pelos monges. Era também dada assistência aos peregrinos que se dirigiam aos santuários para cumprir promessas ou para rezar.
O clero dedicava-se também a agricultura. Produzia tudo o que precisava. Era desta forma    auto-suficiente.

PLANTA MODELO DE UM MOSTEIRO:

Planta modelo de um mosteiro ( Mosteiro da Batalha)

CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA

Catedral de Santiago de Compostela é um templo católico situada na cidade de Santiago de Compostela, capital da Galiza, Espanha. Foi construída entre 1075 e 1128, em estilo românico, na época das cruzadas e durante a Reconquista Cristã, tendo sofrido depois várias reformas que lhe adicionaram elementos góticos, renascentistas e barrocos.
Segundo a tradição, acolhe o túmulo do apóstolo Santiago Maior, padroeiro e santo protetor de Espanha, o que a converteu no principal destino de peregrinação cristã na Europa a seguir a Roma durante a Idade Média, através do chamado Caminho de Santiago, uma rota iniciática na qual se seguia a Via Láctea que se estendia por toda a península Ibérica e Europa Ocidental. A peregrinação foi um fator determinante para a afirmação política dos reinos cristãos hispânicos medievais e na sua participação nos movimentos culturais da sua época. 
A catedral foi declarada Bem de Interesse Cultural em 1896 e a chamada cidade velha de Santiago de Compostela, que se concentra em torno da catedral, foi incluída na lista do Património Mundial da UNESCO em 1985.

CASTELO DE GUIMARÃES:

O Castelo de Guimarães localiza-se no topo rochoso da sagrada colina desta cidade minhota, sobranceiro ao Campo de S. Mamede. No século X, época em que as guerras da Reconquista atingiam o seu auge no Norte da Península, a condessa Mumadona Dias procedeu à construção de um castelo para defesa do seu mosteiro e da indefesa população das terras de Vimaranes.

Com a fundação do Condado Portucalense, D. Henrique e D. Teresa elegeram como sua residência o castelo da cidade-berço, melhorando e ampliando o seu perímetro defensivo - podendo datar deste período inicial do século XII a sua Torre de Menagem. De grande simplicidade geométrica, mas produzindo um belo efeito estético, a planta do castelo desenha, aproximadamente, um escudo facetado. Quatro robustas torres marcam os sólidos panos desta muralha aparelhada. As portas da cerca são ladeadas por volumosos torreões defensivos, mais expressivos no portal principal ocidental e na porta da traição, virada a Oriente. Um forte adarve, com lanços de escada nas zonas das torres, percorre a parte superior das muralhas, apresentando estas coroamento de muro com ameias pentagonais e de recorte pontiagudo.

Na parte norte da espessa muralha são visíveis as ruínas da antiga Alcáçova, residência do castelo, provavelmente do século XIV, que se divide em dois pisos, observando-se ainda as suas janelas exteriores e duas chaminés, de belo recorte e marcado sentido palaciano.

Uma ponte de madeira estabelece a ligação entre o adarve das muralhas e a volumosa e alta Torre de Menagem, implantada no interior do solo rochoso desta fortaleza medieval. De planta quadrangular, a Torre de Menagem é sólida e tem escassas aberturas marcando os vários andares, ligados internamente por escada de madeira e de pedra. Largo e contínuo adarve permite a circulação e a observação no topo da torre, sendo o seu coroamento realizado por ameias pentagonais pontiagudas.
D. Dinis procedeu ao amuralhamento de toda a zona inferior da povoação vimaranense, trabalho prosseguido por D. Fernando e derrubado, em parte, por D. João I. Esta muralha defensiva compreendia uma extensão de dois quilómetros, tendo ainda oito portas e igual número de torres. No século XIX, a maior parte da muralha foi desmontada e reaproveitada para outras obras públicas e particulares, escapando o castelo deste fatídico destino, por um escasso mas decisivo voto, numa eleição efetuada em 1836 no município vimaranense.O castelo de Guimarães integra o designado Centro Histórico de Guimarães, reconhecido como Património Mundial pela UNESCO em 2001.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Definição de Idade Média: A idade média, mais conhecida como Período Medieval, corresponde ao período da história Europeia que se inicia com a desintegração do Império Romano do Ocidente século V e que finda no século XV. As principais característica da Idade Média foram a chegada dos povos bárbaros (germânicos), a consolidação do feudalismo e a expansão do cristianismo>

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Módulo 2: Cultura do Senado

AQUEDUTOS ROMANOS:

 As fontes atestam que os romanos conheciam o sistema de transporte de água por canalização subterrânea e o de aquedutos em arcos suspensos que fora aprendido com os etruscos. A escolha por este modelo se deu pelo preço inferior das obras, já que os materiais necessários eram mais abundantes e baratos.
Para o funcionamento da estrutura, a água era sempre proveniente de locais mais elevados, o que impulsionava a distribuição pelo sistema. A estrutura era construída em formas de arcos capazes de aguentar o peso. Os condutores eram feitos de tijolos e revestidos internamente por cimento. A água chegava nas proximidades das cidades e era despejada em reservatórios denominados por castellum.  Os romanos necessitavam de muita água para as suas atividades e também para o abastecimento domiciliar, das termas e chafarizes. Inicialmente, os romanos captavam a água dos mananciais mais próximos, entretanto, com o passar do tempo, eles ficavam poluídos em função do depósito de esgoto sem nenhum tratamento. Devido a todos estes factos, os aquedutos  tornaram -se fundamentais e essenciais para o quotidiano dos romanos.
 Os aquedutos que faziam esse abastecimento de água tinham entre 8 e 85 km de extensão e eram elevados a mais de 60 metros. O primeiro aqueduto a ser construído foi o de Aqua Appia, feito no ano 312 a.C. por Appius Claudius Caecus. Já o maior de todos foi o aqueduto de Aqua Marcia que possuía 91 Km de extensão.
  • Caraterísticas:
Aqueduto de Segóvia, Espanha

Construído entre os séculos 1º e 2º d.C., tem 15 km de comprimento e transporta as águas do rio Fuente Fría para o centro da cidade espanhola. A estrutura de blocos de granito é tão sólida que, até o início do século 20, o aqueduto era a principal fonte de abastecimento local. Em seu ponto mais alto, tem 28,5 m de altura, com fundações que avançam mais de 6 m no subsolo. Tanta grandiosidade rendeu-lhe o título de principal herança romana na península Ibérica e faz dele o símbolo e a atração turística máxima de Segóvia.
Pont du Gard, Remoulins, França
 A Pont du Gard cruza o rio Gardon, no sul da França, e é parte do aqueduto de Nîmes, uma estrutura de mais de 50 km de comprimento erguida no século I d.C. O trecho sobre a água tem um caimento de apenas 2,5 cm, o que indica a precisão dos engenheiros da Roma Antiga. A estrutura, que em seu ponto mais alto tem 48,8 m, forneceu água para a cidade até o século VI e se mantém de pé – quase intacta – por também ser uma ponte e, portanto, ter merecido cuidado desde sempre. No ano 2000, porém, o transporte foi proibido no local, e o aqueduto passou a funcionar apenas como um ponto turístico.


BANHOS ROMANOS:




Os banhos exerceram entre os romanos um papel muito importante, para além da finalidade higiénica. Eles constituíram verdadeiros espaços sociais e lúdicos. Os primeiros conhecidos foram os Banhos de Agripa (c. 20 d. C.). 

Foi nesta época que se vulgarizaram as termas romanas. Estas eram a "praça" por excelência da cidade romana, ponto de encontro dos cidadãos, onde estes discutiam as suas ideias, a vida política e intelectual da sociedade romana. 
 As termas mais conhecidas e melhor preservadas são as de Caracala, em Roma, e as de Diocleciano, também nesta cidade, e através das ruínas das primeiras podemos ter uma ideia da complexa planta que tinha esta estrutura.
O edifício dos banhos formava um retângulo disposto livremente, dentro do qual havia uma área fechada, com a qual o eixo principal norte/sul coincidia. O exterior desta área era constituído por diversas construções. Da ala norte faziam parte as repartições e residências e no meio encontrava-se a entrada principal. Na ala sul ficavam as cisternas de água e, ao longo delas, havia fiadas de assentos para os espectadores assistirem aos jogos em frente do edifício dos banhos. Os espaços dentro deste edifício eram distribuídos de uma forma complexa e extremamente ordenada. Assim, a interseção dos dois eixos definia o lugar que deveria ser considerado como o centro do edifício: um vestíbulo coberto por três abóbadas. Nos cantos, quatro pequenos vãos de janelas ou portas abriam para o vestíbulo, contendo banhos de imersão, indicando que aquele átrio era o frigidarium ou banhos frios das termas. Ao longo do eixo principal, para norte, ficava a piscina ou natatio e, para o sul, otepidarium ou banhos mornos e o caldarium ou sala de banhos quentes, de forma circular e rodeada por diversas salas de vapor de tamanho mais pequeno, geralmente frequentadas por filósofos e poetas. O resto do retângulo era ocupado por duas palaestrae, possivelmente cobertas e rodeadas por vestiários ou apodyteria. Depois de se despirem, os visitantes entravam para as salas de vapor, das quais passavam para os banhos quentes. Daqui, seguindo o eixo principal, passavam para os banhos mornos e frios e, finalmente, para a piscina. Nas zonas circundantes aos banhos havia jardins, ginásio, biblioteca, teatro e estádio. 
Os edifícios principais eram aquecidos por furnas subterrâneas e condutas ("hypocaustus") que conduziam o ar quente para os condutos que ficavam por detrás das paredes dos vários compartimentos.
As termas eram decoradas sumptuosamente: os chãos eram forrados de mosaicos de mármore; a cobertura, os assentos e as colunas eram em mármore e todas as paredes e abóbadas estucadas encontravam-se revestidas de frescos.
As termas romanas representam a maior manifestação do interesse romano na concretização do espaço interior. Para além da grande variedade de cúpulas e abóbadas que foram utilizadas no interior, houve uma preocupação de juntar tais espaços, de forma a constituir grupos complexos. Enquanto os Banhos de Pompeia ainda se caracterizam por uma distribuição irregular dos espaços, os Banhos de Tito (80) apresentam uma planta simétrica, relativamente ao eixo norte/sul. Nos Banhos de Trajano (109) também se encontra esta disposição, mas em relação ao eixo este/oeste. Este esquema que apresenta afinidades com o cardus e o decomanus do sistema de urbanismo romano, está também presente nos Banhos de Caracala (212-216) e de Diocleciano (298-306).

GLADIADORES:

Gladiador, por definição, é ''um'' escravo que fazia parte de lutas na Roma Antiga. Embora fossem treinados para isso, o único objetivo desses combates, na época, era o título de entretenimento para os nativos, visitantes de outras províncias e autarquias romanas. Neste tipo de evento sanguinário, eles lutavam pela sua própria vida e quem fosse o melhor guerreiro e sobrevivesse, desarmasse o seu adversário ou o deixasse totalmente indefeso, seria o vencedor e a guerra. Este tipo de atividade, além de muito comum, era um entretenimento muito atrativo para os cidadãos. 
O nome “gladiador” é proveniente da palavra “gládio”, que significava as espadas utilizadas pelos escravos durante a batalha. O local em que os eventos aconteciam se chamava “Arena”, sendo a arena mais conhecida o Coliseu.

CONÍMBRIGA:

As ruínas romanas de Conímbriga são conhecidas pelas suas casas, jardins e mosaicos policromos, para além da grandiosa muralha, das suas termas e dos restos do seu Fórum. Os vestígios materiais encontrados provam a sua origem pré-romana, assim como o próprio topónimo - de origem celta, que significa "lugar alto e rochoso" e "lugar fortificado".  O agregado urbano de Conímbriga integrava a circunscrição administrativa da Lusitânia - que se localizava entre os rios Douro e o Guadiana - no centro da via que ligava Bracara Augusta (Braga) a Olisipo (Lisboa). 
No início do século I d. C., sendo Augusto chefe do vasto Império Romano, Conímbriga transfigurou-se numa confortável e desenvolvida cidade, com belas casas, termas públicas e um Fórum. Este centro administrativo seria objeto de remodelação nos finais da primeira centúria, substituído por um outro de maiores dimensões, ao mesmo tempo que a urbe era elevada à categoria de município. 
No século II d. C existia uma ameaça que provinha do Norte e partia dos povos bárbaros - Alanos, Vândalos e Suevos. Para se defenderem, os cidadãos de Conímbriga decidem edificar uma segunda linha de defesa. Como receio que a pedra escasseasse, resolveram demolir a parte externa da malha urbana. Assim, casas, monumentos e estátuas foram destruídos e a sua pedra reutilizada para se erguer a nova muralha. 
Corria o ano de 465 quando os Suevos chegaram às portas de Conímbriga. Três anos mais tarde conquistaram a cidade, que entra rapidamente em declínio. Sem interesse económico e estratégico, os seus derradeiros habitantes abandonam-na no século VII. Com eles seguiu o bispo e o próprio nome, trasladados para Aeminium - a atual cidade de Coimbra. 
Longo tempo esquecida, Conímbriga voltou a reaparecer nos finais do século XIX, graças ao labor de estudiosos e arqueólogos como Filipe Simões, António Augusto Gonçalves, Vergílio Correia, Bairrão Oleiro ou, mais recentemente, Jorge e Adília Alarcão. 
Com o espólio recolhido nas diversas campanhas arqueológicas constituiu-se o Museu Monográfico de Conímbriga, fundado em 1962 e reaberto em 1985, totalmente remodelado. Dividido em duas salas, este museu a partir dos seus vestígios materiais, a história dos homens que habitaram Conímbriga. Na primeira sala observam-se os objetos ligados à circulação monetária no Império Romano, bem como alguns tesouros de moedas, para além de secções ligadas aos ofícios e às artes da comunidade urbana. A segunda sala revela-nos a reconstituição do centro administrativo da cidade, o Fórum flaviano, ao mesmo tempo que expõe belíssimos mosaicos, estuques e pinturas murais. Por último, esta ala é encerrada por um mundo mais íntimo e pessoal, um espaço divinizado, que apresenta lápides funerárias e inscrições votivas, dirigidas às diversas divindades. 
No entanto, Conímbriga revela outros tesouros. Ao deambularem pelas artérias das suas ruínas, depara-se com os bairros de residências coletivas ou individuais - com realce para a Casa Cantaber, a maior da cidade e uma das maiores do mundo romano ocidental, dotada de termas próprias, ou para a Casa dos Repuxos, na parte externa da muralha, de grande requinte e beleza artística, transmitida pelos seus jardins e pelos seus magníficos mosaicos policromos, com motivos florais, mitológicos ou geometrizantes. Para além da pesada muralha, pode-se ainda contemplar os empreendimentos públicos da cidade, como o aqueduto, que transportava a água da nascente de Alcabideque, a cerca de 3 km, ou as canalizações em chumbo, que faziam chegar a água aos diversos domicílios. 
Monumentalidade, solidez, equilíbrio e sentido prático são alguns dos atributos da arte romana, virada essencialmente para a vida social e cultural da cidade.